Na última edição do Caixa de Criadores não foram só os looks criados pelos estilistas e designers que chamaram atenção. Na passarela, usando as criações deles, muitas carinhas novas surgiram entre os modelos veteranos. E eles prometem fazer bonito no cenário fashion local e certamente, nacional.
Entre os meninos destacou-se o estudante viciado em tecnologia e jogos, Albino Lourinho, que com 23 anos, fez sua estréia nas passarelas. Albino, que já é pai de uma menina de 2 meses, contou com a ajuda da mãe para o início na carreira. “...Ano passado, minha mãe assistindo TV, viu um comercial sobre o trabalho do Dilson Stein (descobridor de várias tops famosas, entre elas Gisele Bündchen e Alessandra Ambrósio) e que estaria aqui em Belém para fazer o trabalho de scouter, descobrir novos talentos, dai fui participar, e esse foi meu primeiro contato de fato com esse meio”. O modelo conta ainda que sempre teve interesse em seguir na carreira, mas nunca levou adiante por achar que não teria êxito. Pelo jeito estava errado, e não foi à toa que ele foi uma aposta pessoal para o momento do desfile.
“Penso em investir na carreia sim” - diz Albino – “Sei que não é nada fácil, é um mercado muito competitivo, mas pretendo conquistar meu espaço. Com relação a outro seguimento profissional fica em segundo plano no momento, a priori é a carreira de modelo”, fala se referindo ao curso de Ciências Contábeis que conclui esse ano. Ele também comemorou sua escolha como um dos modelos para o casting do 11º Caixa de Criadores, participando pela primeira vez de uma seletiva deste tipo. Sucesso absoluto no evento, desfilando para marcas como EuBelém, Cadi e EuQfiz (o/), Albino ainda este ano pretende ir para o Sudeste e adquirir novas experiências na profissão. “...Pretendo seguir essa carreira, esperando novos desafios”.
Bryan Marczewski veio de Santarém para fazer bonito nas passarelas de Belém. Com seu visual incomum para os padrões locais, o estudante de 20 anos tenta conciliar a promissora careira de modelo com o Marketing. “Tento conciliar da melhor forma possível, pois tanto desfilar quanto trabalhar como Profissional de marketing são coisas que gosto muito de fazer”, conta Bryan. O modelo chegou a participar do casting para o Caixa de Criadores ano passado, mas não foi selecionado. Este ano, não apenas ficou entre os selecionados como viu seu trabalho reconhecido: “Gostei muito da repercussão, muita gente me elogiou pelo desfile, ver minha foto estampada nos jornais e destacada foi muito bom!”
Bryan costuma jogar capoeira para manter a forma e planeja vôos altos daqui pra frente. “Com certeza penso em dar continuidade em minha carreira, ser cada vez mais conhecido e reconhecido por meu trabalho. Quem não gostaria?”. Nessa empreitada ele conta com o apoio constante da família: “Minha família sempre me apoiou, principalmente minha mãe, que sempre acreditou em mim, no meu potencial, acho que se não fosse por ela eu não estaria tendo as oportunidades que tenho hoje”. Os projetos para o futuro, dos quais alguns ele prefere manter em segredo por enquanto, incluem uma nova faculdade. “De projetos pretendo dar continuidade aos estudos, me especializar na área de marketing e cursar direito.....acho um curso ótimo e pretendo continuar na carreia de modelo ate quando Deus permitir”.
A estudante de Arquitetura e vocalista da banda Leone, Marina Morais, chamou minha atenção ainda durante a seleção de modelos. E ela só provou que eu estava certo. Marina começou na carreira durante o último ‘Amazônia Fashion Week’, onde teve a oportunidade de fazer novos contatos e ser chamada para outros trabalhos. “Não imaginava que daria tão certo, e agora to amando!”. O apoio da família também está presente na vida de Marina, apesar dos ciúmes (perfeitamente normais) do pai: “Para o meu pai, contanto que não atrapalhe os estudos está tudo bem. Ele é um pouco difícil na questão de incentivar, não dá o braço a torcer, mas aplaude quando vê minhas fotos por aí. Minha mãe sempre esteve no mundo da arte quando era jovem, foi modelo, atriz, quando via as fotos dela achava incrível, e queria fazer igual um dia. Ela me apóia, incentiva, e vai a todos os lugares comigo, é minha melhor amiga”.
Marina atualmente vive dividida entre a faculdade, os desfiles e os shows, se mostrando bem realista em cada situação: “Eu costumo pensar no momento. Se estou em algum trabalho, aproveito ele ao máximo, sem mirar novos trabalhos. Acho que futuros trabalhos acabam sendo conseqüência, se você fez bem, outros vão surgir. Por enquanto está tudo dando muito certo, e eu estou me apaixonando pela moda cada vez mais”. A modelo, ao contrário da maioria do meio, é a favor das curvas e contrária a magreza exagerada. “...Não mudaria drasticamente meu corpo por um trabalho, não seria eu. Minha altura e meu peso sempre foram uma dificuldade. Por não ser tão alta, acabo me privando de alguns trabalhos que exigem modelos altas. Já perdi trabalhos por ser branca e loira demais, mas prefiro não encarar isso como preconceito”. Em relação ao futuro Marina é enfática: “Pretendo continuar modelando e me dividindo na moda, música e arquitetura, as coisas que mais amo fazer”.
Nos bastidores e platéia do Caixa de Criadores escutei algumas fezes: “É a Tainá? Não é aquela menina do Fantástico?”. As comparações com a paraense que ganhou a última edição do ‘Menina Fantástica’, Tainá Carvalho, fazem até sentido. Os mesmos cabelos negros, o tom de pele, os traços marcantes, o talento, requisitos que fizeram de Rahisa Reis um destaque no cenário da moda local. Mas ela vai além das comparações. Rahisa começou a fotografar aos 13 anos, incentivada pela sócia da mãe, e desde então não parou mais. “Eu penso em seguir na carreira, mas se não der certo como modelo penso em fazer faculdade de artes cênicas e ser uma atriz reconhecida”.
A participação no Caixa de Criadores abiu muitas portas para a modelo, que se mostra entusiasmada ao falar do evento: “O Caixa é um dos maiores desfiles que tem em Belém, é um evento muito bom pra o currículo de uma modelo paraense”. Assim como os demais, Rahisa tem planos de investir na carreira fora do Pará, depois que acabou esbarrando na difícil (e preconceituosa) realidade local. “Continuo seguindo firme, é isso que eu quero e é o que eu sempre quis. Vou tentar fora daqui, vamos ver se vai dar certo”.
É importante destacar a seriedade que estes profissionais desempenham sua carreira. Quando falo dessa realidade local, me refiro à difícil (embora em fase de mudança) aceitação, desenvolvimento e sustentação, que a maioria das pessoas que trabalham com moda no Pará enfrenta. Albino, Bryan, Marina e Rahisa são provas do talento e qualidade dos profissionais que se dedicam a fazer moda com qualidade em nosso Estado. O mundo está esperando ai fora...
Ps.: Quero deixar registrado aqui meus agradecimentos ao Albino, Bryan, Marina e Rahisa. Ao carinho que me receberam, que sempre demonstraram e por me deixarem dar um ‘espiadinha’ em suas vidas.