14 de jul. de 2010

Moda com pipoca


Em 2007 Milena Canonero levou feliz da vida pra casa um Oscar de melhor figurino (o seu 3°), pelo filme Maria Antonieta, de Sophia Coppola. Não poderia ser diferente. O orçamento do filme parece ter sido investido todo nos trajes, de tão perfeitos que ficaram. É um trabalho primoroso da estilista, milimetricamente pensado: as roupas combinam com os sapatos, que combinam com as xícaras, os leques, os docinhos, os cabelos, o mobiliário... Tem até o anacronismo de um all atar azul jogado no fundo de uma cena.
Milena usou tons pastéis em tudo que pode, inclusive nas perucas, e criou um outro personagem para o filme, o próprio figurino, que nos seduz em cada fase de vida da rainha mostrada na tela. De princesa entediada e deslocada (tons azulados e rosados), passando por rainha frívola e festeira (corem claras e quentes), até mãe sofrida e nobre decadente (tonalidades escuras e acinzentadas). 
O filme gerou uma enxurrada de editoriais de moda inspirados na rainha teen, além de torná-la adorada pelos fashionistas séculos depois de sua morte . Com todo mérito! 

Maria Antonieta achou que a criação de um estilo arrojado, seria um jeito de firmar sua posição perante uma corte estrangeira, cheia de tradições.

 Sendo assim, ela se tornou a mulher mais bem vestida, maquiada e penteada de seu tempo. Os figurinos de Milena Canonero são uma prova dessa posição.

 Cada vestido da rainha consumiu aproximadamente 15 metros de tecido

 A estilista resolveu substituir camadas e camadas de renda por apliques e babados de organza e tule. Ela também evitou carregar muito nas jóias de época.

 O figurino do filme é tão opulento quanto a própria rainha, que tinha um orçamento anual equivalente a 3,6 milhões de dólares em moeda atual, apenas para compra de roupas.

 Milena usou tons pasteis de rosa, verde oliva, amarelo, marfim, azul, lavanda e coral, todos feitos em tule, organza, tafetá, seda, musselina e linho.

 Os detalhes e cuidados fizeram a diferença no espetacular resultado final.

 Durante muito tempo, Maria Antonieta foi aplaudida e imitada, não só pelas mulheres da nobreza, mas pela população feminina em geral.
 
 No filme, a rainha, suas damas e seus fidalgos desfilam uma infinidade de roupas, sapatos e penteados elaborados.

 Manolo Blahnik, o sapateiro das estrelas, criou vinte modelos para o filme, dos quais cinco chegaram às lojas.

 Sabe aqueles penteados-esculturas que a rainha usava? Pois é, eles chamavam-se poufs, e se tornaram símbolos de sua era. Funcionavam da seguinte forma: o cabeleireiro montava uma estrutura de arame recoberta de lã, tecido, crina de cavalo e gaze, prendendo na cabeça e disfarçando com cabelo emprestado da madame, depois firmava à custa de pomada e talco. Por cima disso vinha o tema. O mais conhecido de Maria Antonieta foi o pouf à l'independence (um navio com suas quatro velas ao vento).


 A mudança no figurino chega na idade adulta de Maria Antonieta, quando ela enfrenta a decadência da monarquia e a morte. O cinza e preto predominam com mais simplicidade. Na verdade, uma caríssima simplicidade.

 Na época do lançamento do filme, Maria Antonieta foi tema de quatro livros, um documentário e inúmeras capas de revistas de moda, com destaque para o editorial feito pela Vogue americana.

 "Se não têm pão, que comam brioches"

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